21 de setembro de 2012


Sabe, eu deixei muito mundo lá atrás. Gente demais, palavras e gestos demais. É uma outra vida, mesmo eu sabendo que ainda é a mesma e nas lembranças e marcas nunca se vai. E se você quer saber mais ainda, não me arrependo. Uma hora a nossa vida precisa quebrar umas barreiras, transpor os tempos, ser mais ou menos, logo, de uma vez por todas. Sair do meio-termo que assola o nosso comodismo e nos transforma num corpo deixando marcas na cadeira. Mas as marcas que estão me importando são muito mais aquelas que os pés deixam no chão, na areia, até no cimento, se preciso for. As marcas de quem toca a vida do outro e se permite tocar. Por isso, o que está lá atrás, está. Parado, finalizado. O mal resolvido que se resolva, porque desisto de consertar o que somente eu estou vendo. Eu vou aprender algumas coisas novas, umas palavras e gestos que ainda não cruzaram pelo meu caminho. Vou deixar que se curem e reacendam os apagões que se fizeram em mim. Não estou dizendo que vou ser definitiva e permanentemente feliz. Estou dizendo, veja bem, que tentarei. Você pode ficar aí, inerte, trancafiada ao tempo que passou, ou seguir comigo. Tentar comigo. Quando eu errar, é porque não importa o tempo, ainda estou tentando. Você pode me deixar te ver melhor pelas minhas novas lentes ou se esconder. Você pode segurar a minha mão e aprender a sorrir também. A gente pode se divertir e aprender sobre a seriedade. Pode colocar outro mundo dentro desse nosso de agora. O meu fardo é grande, a mochila pesa e ainda não aprendi a dormir bem. Se quiser ser leve apesar dos pesares junto comigo e transformar a insônia em qualquer sol nascendo, a nossa hora é toda hora.
— Camila Costa.

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