17 de agosto de 2012



Estamos todos num trem cujos trilhos podem ser bruscamente desviados no próximo segundo. Isso me faz pensar na estranha diferença entre a verdade e a mentira. Se há meias-verdades, haverá também um quarto delas, ou um oitavo, por exemplo? Certa vez alguém a quem eu amara muito e a quem não via há anos declarou retrospectivamente: “Sabe, liguei para você naquele dia antes de viajar, queria que viesse comigo. Mas seu telefone estava ocupado, então desisti.” (…) É possível que alguém desista de algo importante porque o telefone está ocupado? Resposta: não. Aprendi com a psicanálise que só existe querer ou não querer. Quem quer vai, ponto final. Isso ajuda bastante na hora de sondar o coração humano, que longe está de ser o mais claro dos objetos. — Como Esquecer - Myriam Campello

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