30 de novembro de 2011

"Abri a porta, olhei ela me olhando, ela sorriu, e eu me joguei aos pés dela, em prantos. Chorando como nunca havia chorado em minha vida. Aí, pessoas passaram pelo corredor e América me ergueu do chão, trazendo-me para a cama. Não deitamos – ela sentou e puxou minha cabeça para seu colo. Para que eu chorasse mais, ou chorasse em paz, ou chorasse nela. Foi o que fiz, e com tal intensidade que me senti descarregado. Num choro que parecia uma reza em grupo, de tão sonoro. Um mantra. E não me perguntem por que eu chorava, porque é claro que eu chorava por tudo. Por todas as dores do Homem. Num sucumbir de mártir. Poderia, naquelas condições, representar Tiradentes, Jesus, qualquer um que morreu acreditando que valeria a pena. Dar a vida por algo, isso é o amor. E, chorando daquele jeito vexaminoso, eu estava apenas amando América. Com um amor tão forte que poderia salvar o mundo ao nosso redor."
— (Fernanda Young)

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