11 de outubro de 2011


Fui atrás e entrei no quarto também, eu precisava consertar as coisas. Decidi pra minha vida que ia consertar tudo que pudesse antes que explodisse, como tava acontecendo ultimamente. Eu precisava nem que fosse pedir desculpas. Assim que entrei no quarto, foi inevitável não olhar em volta. Tinha uma cama desarrumada encostada, algumas roupas de menina sobre a escrivaninha e muitos, muitos desenhos. Desenhos presos às paredes, desenhos feitos nas próprias paredes, pelo chão, pra todo lado. Eu não me lembrava de já ter visto algum desenho da Alícia, e todos pareciam muito bonitos mesmo. Parei pra analisar e reparei que quase todos eram de um moleque magro e de cabelos pretos, bem bagunçados. Tinha ele bravo, ele sorrindo, só o rosto, o corpo todo, todos os ângulos do cara tavam expostos pelas paredes. Reconheci assim que reparei que ele tinha pintas pelo rosto, no mesmo lugar das minhas. Comecei a sorrir. Não era possível.
Eu: O que é isso? - apontei pro quarto.
Alícia: Agora tu sabe porque nunca te deixo ver um desenho meu.
Continuei a olha-los. Era eu mesmo. Até as roupas eram iguais. 
Alícia: Decidi que ia te esquecer mesmo, mas cada vez que me sentava pra desenhar, só saía isso.
Sei bem como é. Quando tu simplesmente senta e resolve desenhar, seja lá o que for, sempre vem algo que tu tá na cabeça, algo que tu quer muito, algo que tu gosta.
Alícia: Não vai dizer nada?
E precisa? Me virei pra ela de uma vez, abracei sua cintura bem forte, pra ela não ir embora de jeito nenhum, e a beijei como se a gente nunca tivesse ficado antes. E realmente a gente não tinha ficado, não daquele jeito. Não tinha ninguém nesse mundo que eu queria beijar naquela hora além dela, nem a Bruna. E dessa vez eu tinha certeza disso.
- Pqogspn?

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