25 de junho de 2011

Sorríamos suaves, meio tolos, descendo juntos pelo elevador numa tarde  que lembro de abril - esse é o mês dos dragões - dentro daquele clima de  eternidade fluida que apenas os dragões, mas só às vezes, sabem  transmitir. Por situações como essa, eu o amava. E o amo ainda, quem  sabe mesmo agora, quem sabe mesmo sem saber direito o significado exato  dessa palavra seca - amor. Se não o tempo todo, pelo menos quanto lembro  de momentos assim. Infelizmente, raros. A aspereza e avesso parecem ser  mais constantes na natureza dos dragões do que a leveza e o direito.  Mas queria falar de antes do cheiro. Havia outros sinais, já disse.  Vagos, todos eles.

(Caio Fernando Abreu)
Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa (…) quero adoçar tua vida.
(Caio Fernando Abreu)

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