29 de junho de 2011

é mais ou menos isso que a gente fica quando alguém vai embora: metade. metade de qualquer coisa que não tem nome, nem história, mas a gente sabe que existe, afinal perder é a forma mais próxima da real sensação do sentir. sentir o cheiro que some aos pouquinhos dos lençóis, o ar descer mais pesado e empurrando essa tal de vida para dentro e depois para fora, sentir o mesmo vazio que o lado esquerdo do armário agora possui. nunca estamos preparados para a hora do adeus, do até logo ou mesmo das despedidas que dispensam a ironia boba das palavras. metade e às vezes nem isso. com o tempo a vida nos ensina a acumular lembranças como quem coleciona discos ou selos postais e não é tarefa fácil descartar as memórias.
metade é a necessidade de nos sentirmos inteiros. metade é se conformar em ainda ter a companhia de qualquer coisa que foi embora.
 – Cá Morandi

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